segunda-feira, 9 de março de 2015

Destreino, O Impiedoso Inimigo do Treino!

Chegando na reta final do treinamento para as minhas provas mais importantes do primeiro semestre, estive três dias de cama com muita febre e dores pelo corpo, tive um quadro de sinusite, que me preocupou pensando se estaria bem para as copas do mundo da Austrália e Nova Zelândia que estão por iniciar ainda essa semana.

Não estou 100%, mas já recuperando a preparação física. O quadro reacendeu aquela velha dúvida do quanto iria destreinar nestes dias sem atividade, que até foi tema de um vídeo recente com o jovem Chicão! (clique aqui para rever o vídeo)

Implacável é o destreinamento e perdemos em dias, o que conquistamos em meses...

Mas enfim, em quanto tempo exatamente perdermos o que construímos com árduo trabalho, suor e dedicação!?

Capacidade Aeróbica

O consumo máximo de oxigênio, ou seja, a capacidade do corpo humano transportar e usar o oxigênio para produzir energia em um determinado período de tempo, é um dos principais fatores que influem no rendimento esportivo.

A capacidade aeróbica começa a declinar em aproximadamente 10 dias sem atividade física, gerando a famosa e popular falta de folego.

Entre 2 e 4 semanas de inatividade, se produzem reduções significativas resultadas por uma menor capacidade cardíaca, um menor volume sanguíneo e consequentemente menor disponibilidade de energia.

Alguns estudos indicariam que após duas semanas sem correr, a capacidade aeróbica diminuiria 6%, após nove semanas haveria um déficit de 19% e a partir de 11 semanas, esse índice supereraria os 27,5%.
Preparação Muscular

A parte muscular é a mais rapidamente afetada, e também a mais fácil de perceber.

Imagino que muitos já passaram por cirurgias ou quebraduras onde o repouso e/ou imobilização é necessária e a atrofia muscular é evidente por exemplo na diferença de tamanho de um braço ou perna que ficou engessado, e diminuiu consideravelmente.

A partir de 7 - 10 dias sem atividade física, já é possível perceber a falta de potência muscular e descoordenação. A redução mais dramática acontecerá entre os 10 e 28 dias de inatividade.

Alguns estudos provaram eficaz a mentalização do exercício, na tentativa de evitar a acentuada perda de tônus, ou seja, usar a imaginação para simular o exercício pode gerar estímulos, que vão amenizar a falta de exercício.

Metabolismo

Outro sistema que o destreinamento vai afetar é o metabolismo.

A atividade corporal vai aos poucos desacelerando, diminuindo a produção e disponibilidade de hormônios.

A metabolização da gordura também é alterada, estando menos disponível como fonte de energia e consequentemente mais difícil de queimá-la.

Caem também os níveis de glicogênio muscular, que se trata da energia disponível em cada grupo muscular.

Conclusão

Não há dúvidas de que perdemos muito mais rápido do que ganhamos.

Exemplificando a afirmativa anterior, foi realizado um estudo feito com um remador olímpico, que ficou parado por 8 semanas após os Jogos Olímpicos, e demorou nada mais nada menos, que 20 semanas para recuperar à aquele estado físico anterior.

Portanto para aqueles que vão tirar férias, ou por outra sorte aqueles que estão lesionados, evitem a inatividade total prolongada, tentem realizar exercícios similares, ou ao menos, imaginem que estão treinando!

Até duas semanas o corpo vai tirar de letra, porém a partir daí não vai ser fácil voltar ao ritmo. Nesta etapa também é importante ter paciência para não atropelar a recuperação e acabar de molho por mais alguns dias. É fácil causar uma lesão quando corpo ainda não está preparado para estímulos mais pesados.

O importante mesmo é desfrutar todo o processo, divirtam-se e bons treinos!!

Alguns links onde estive pesquisando:

  • http://home.trainingpeaks.com/blog/article/how-much-down-time-is-too-much-the-concept-of-detr
  • http://staff.uny.ac.id/sites/default/files/penelitian/Sigit%20Nugroho,%20M.Or./DETRAINING%20%20EFFECTS%20OF%20COMPLETE%20INACTIVITY.pdf
  • http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/2692122
  • http://journals.lww.com/acsm-msse/Abstract/2000/06000/Retraining_of_a_competitive_master_athlete.1.aspx

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