terça-feira, 13 de agosto de 2013

Be Like Water my Friend!

Não é fácil escrever sobre competições que não saem como planejadas.
Odeio dar desculpas, mas na falta de resultados, não me sobra outra opção... De qualquer maneira meu otimismo não me deixa ficar triste na hora de falar sobre os minhas derrotas.

Teria atualizado o blog mais cedo, porém tive alguns eventos acontecendo aqui em Boulder, além de uma divertida caminhada de 7 horas entre algumas montanhas aqui do Colorado, logo estarei postando sobre a aventura!
"Não peça por uma vida mais fácil, peça pela força para aguentar uma vida das difíceis."

Me chamou a atenção à alguns dias atrás quando assisti um documentário sobre o Bruce Lee, não sabia que ele também foi um grande filósofo e desenvolveu vários pensamentos na busca de ser um lutador virtuoso. Na suas meditações concluiu que não devem existir padrões para se chegar ao golpe perfeito, e que cada um deve achar o seu próprio caminho para atingir o pico.
"Be like water my friend!". Lee descreve que é necessário esvaziar sua mente e aquela ambição gananciosa da vitória e assim como a água, contornar improvisadamente cada obstáculo e passar graciosamente por qualquer obstáculo que cruze o seu caminho.


Em minha jornada para contornar a lesão que me acompanha por quase 10 meses, estive pesquisando e buscando melhorar em todas as maneiras que pude imaginar. Diminui o volume de corrida e começei a trabalhar contra o quadril dolorido, cheguei a fazer 8 horas por semana de puro alongamento, yoga e vários exercícios funcionais e de fisioterapia.

Aqui em Boulder tive uma grande evolução trabalhando com um dos parceiros do time da Siri, a Integrative Healing Acupuncture. Todd Plymale-Mallory fez um excelente trabalho de acumpuntura e massagem profunda dos tecidos.
Enquanto me sentia melhor, também tive a chance de começar a correr mais cedo com a ajuda da Altitude Physical Therapy, e pude utilizar uma esteira anti-gravitacional que elimina a gravidade aplicando força para levantar o corpo, reduzindo o peso carregado pelas pernas sendo possível treinar sobre um passo natural e ritimado.

E o ponto crucial foi minha última competição, onde finalmente descobri a raíz do problema e dei uma virada no processo de recuperação....


Ironman Boulder 70.3 

Com todo o tratamento e cuidado com o quadril, estava ficando cada dia mais animado e achei que poderia terminar aquele meio-ironman. Também estava descançado e com o polimento em dia!

Depois de uma boa natação, pulei na bicicleta e logo após alguns poucos quilômetros meus glúteos já doíam muito. Pensei em abandonar a prova, e da mesma maneira como penei no mês passado no Triathlon de Boulder Peak, alternei bastante entre querer desistir e a vontade de puxar o mais forte possível para recuperar o tempo perdido.
Chegando mais ou menos no km 40, estava ficando acostumado com a dor e pude fazer um esforço razoável, puxando o ritmo com outros dois atletas. Acabei pedalando os 90km em 2:16:04, o que não foi nada mal! Foi então que começei a correr e sentia a minha bunda literalmente como uma pedra, tentei caminhar alguns metros enquanto massageava a área e foi nessa hora que minha treinadora passou com sua moto e me disse para desistir da prova. Não ofereci resitência, pois não queria machucar nenhum outro tecido, e peguei uma carona até a zona de transição, e assim foi, final de prova.

A boa notícia, é que com todos os tratamentos e puxando o pedal com uma dor extrema, foi super fácil de detectar qual era o músculo irritado (gluteo médio) e também pude determinar que a lesão não estava se formando na corrida, mas sim por causa do ciclismo.

Passei um bom tempo pesquisando sobre biomecânica e regulagem da bike. Descobri que os glúteos formam uma parte importante do core, e ajuda a estabilizar o quadril dando suporte para uma pedalada ou passada mais eficiênte.

Estressando excessivamente essa musculatura, durante a bike apenas é possível magoar o músculo, porém uma vez que os pés tocam o chão e geram impacto, aquele imbalanço pode causar danos maiores aos tendões, ligamentos e fáscias.

Estudando as mais prováveis causas de estressar o glúteo médio, descobri que a posição do asento é essencial a se observar, e quanto mais para trás for a posição, mais os glúteos serão requisitados.
Então vc mulher que talvez queira trabalhar o bum-bum, seria uma boa idéia jogar o selim lá para trás! :o) Mas dessa maneira vc também terá prejuízo da potência gerada pelos quadríceps... Não valendo a pena se o seu plano for de ir rápido!

No final das contas, avançei meu selim por quase 2cm na tentativa de potencializar as coxas e achar um equilíbrio.
Estou me sentindo muito melhor nesses últimos dias, e hoje mesmo acabei de fazer um bom treino com minha "teammate" Super Bird!! Foram 16km com uma pequena dor já quase no final. Provavelmente foi a corrida mais longa desses últimos 6 meses!

Avançando como a água flui, e com suporte de um grande time, vou fazendo meu caminho até os próximos desafios!!

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